Atualizado em 23 out 2016
A história do Cupido descende do mito grego de Eros, que se tornou popular através da obra do poeta grego Hesíodo, no séc. VIII a.C.. Hesíodo o descreveu como a energia cósmica de atração, que explica a união de todos os seres.
Eros fez parte do trabalho e estudo de muitos filósofos e poetas, sua imagem e aspecto foram evoluindo com isso. Sua origem varia de acordo com a versão da história, começou sendo descrito como uma força criada a partir do Caos, mais tarde, foi descrito como filho de um Deus com uma mortal, fecundado no dia de nascimento de Afrodite (Vênus), em outras versões, ele é filho da Deusa Afrodite.
Na arte, Eros começou sendo retratado em pedras, sem muitos detalhes, mais tarde, sua imagem evoluiu para a de um adolescente ou criança (simbolizando sua personalidade travessa), com asas (simbolizando sua rapidez), virando o Cupido da versão romana.
Eros e Psiquê
No séc. II d.C., o escritor e filósofo romano Apuleio, cria a história de Eros e Psiquê. Nesta versão, Eros é filho da Deusa Afrodite, que enciumada com a beleza de Psiquê, uma princesa mortal, pede que ele use uma de suas flechas para fazer Psiquê se apaixonar pela criatura mais desprezível do mundo. Quando Eros vai cumprir as ordens de sua mãe, se apaixona por Psiquê e a torna inatingível aos amores terrenos.
Quando as 2 irmãs de Psiquê se casam e ela permanece só, seus pais começam a se preocupar com a ira divina e vão consultar o Oráculo de Apolo. O Oráculo os ordena a levar Psiquê a uma colina, onde seria levada por uma terrível criatura e que esta a faria sua mulher. Seus pais, apesar de desesperados com a notícia, nada podiam fazer se não cumprir as ordens do Oráculo. Psiquê foi deixada no alto da colina, onde adormeceu esperando seu terrível destino. A pedido de Eros, Zéfiro, o vento do Oeste, leva Psiquê a salvo, que acorda em um lindo castelo. Para não assustar Psiquê com suas asas, Eros aparece apenas à noite, protegido pela escuridão. Apesar de Psiquê aguardar um terrível monstro, as palavras apaixonadas e carinho de Eros, fazem seu medo desaparecer. Mesmo sem poder ver a aparência de Eros, a princesa lhe dedica seu amor, vivendo feliz ao seu lado.
Um dia, Psiquê, comovida com a tristeza de suas irmãs, que achavam que ela era infeliz e estava na companhia de um monstro, pede a Eros que elas possam visitar o castelo. Quando suas irmãs chegam ao castelo, logo a tristeza é substituída por inveja. Aos poucos, elas a fazem desconfiar de Eros, que só poderia ser um terrível monstro, já que ela nunca havia visto seu rosto. Ela é aconselhada a preparar uma lâmpada e uma faca. Se ele fosse um monstro, deveria matá-lo. Quando chega a noite, Eros retorna e quando adormece, as dúvidas perseguem Psiquê, que decide iluminar o rosto de Eros com uma lâmpada. Psiquê se surpreende ao encontrar não um monstro, mas a mais bela criatura. Sem querer, ela derruba uma gota de óleo no ombro de Eros, que acorda. Eros se enche de tristeza e desaparece dizendo que o amor não pode viver sem confiança.
Psiquê, arrependida por desconfiar de Eros, percorre o mundo em busca de seu amor perdido, até chegar a Afrodite, que lhe impõe uma série de provas impossíveis em troca de seu filho. Psiquê consegue executar a maioria das provas, recebendo a ajuda de muitos se comoveram com seu sofrimento. Sua última prova, era trazer uma caixa contendo um pouco da beleza de Pérsefone, a rainha dos infernos. Temendo que as provas poderiam tê-la tornado feia e que não fosse mais atraente a Eros, ela cai na tentação e abre a caixa, esperando recuperar a beleza perdida. Ela não encontra nada na caixa, mas cai adormecida, banhada pela beleza da morte.
Recuperado de sua ferida no braço e conseguindo escapar da vigília de sua mãe, Eros vai em busca de Psiquê e a encontra adormecida. Com a ponta de uma de suas flechas, Eros desperta Psiquê. Eles se casam e Psiquê se torna imortal. Nada mais podia fazer Afrodite.